Crea-PR vai propor projeto de lei que leva em conta pavimentos sustentáveis nas zonas urbanas
12/06/2023
No dia 19 de junho, representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) estarão na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para entregar um documento à Frente Parlamentar das Engenharias, Agronomia, Geociências e da Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável do Paraná. Foram compiladas 25 propostas para projetos de lei, elaboradas por profissionais das Engenharias, da Agronomia e das Geociências, e que têm em comum o objetivo de promover segurança e qualidade de vida à população paranaense, além de otimizar o uso dos recursos públicos.
Uma das proposições é de autoria de Rafael Fontes Moretto, engenheiro civil de Pato Branco e conselheiro do Crea-PR. A proposta de nº 21, Pavimentos Sustentáveis, solicita a obrigatoriedade de apresentação comparativa de diferentes métodos construtivos de pavimentação urbana na composição de orçamentos que visam acesso a linhas de recursos do Governo Estadual.
Como representante do Crea-PR, ele tem acompanhado muitos debates relacionados à pavimentação sustentável. “Atualmente, o pavimento rígido em concreto é uma das opções viáveis. Pavimentos sustentáveis promovem otimização do dinheiro público, sem prejuízo à população”, avalia Moretto.
O engenheiro destaca a experiência em Vitorino, município que faz divisa com Pato Branco, e diversos projetos executados em Curitiba, como corredores de ônibus e diversas ruas que utilizaram o pavimento rígido como opção. Ainda na região Sudoeste, a PRC-280, um dos principais corredores logísticos, foi restaurada com pavimento rígido de concreto, técnica que é conhecida como whitetopping, inédita em rodovias estaduais do Paraná. São 59,55 quilômetros, no trecho que vai de Palmas ao Trevo Novo Horizonte, em General Carneiro. Por ser uma rodovia com tráfego de cargas pesadas, o DER/PR optou pelo whitetopping, com melhor custo-benefício e uma vida útil de mais de 20 anos.
“O que se propõe é a análise de outras alternativas para a pavimentação urbana. Desde a pandemia, com a variação cambial e o aumento do petróleo, o custo do ligante asfáltico, que é empregado na execução da pavimentação, aumentou mais de 394%. O cimento também teve alta, mas a variação foi de cerca de 59%”, compara Moretto.
O engenheiro civil, que é especialista em infraestrutura de transportes, lista outras vantagens do concreto rígido: maior durabilidade; segurança viária (em comparação com o asfalto, a distância de frenagem chega a ser até 40% menor); e ecoeficiência (o concreto é totalmente reciclável ao fim de sua vida útil, além de não ter o risco de contaminação do lençol freático).
“A expectativa de durabilidade do piso de concreto é de 20 anos, mas pode ser maior, dependendo da manutenção. Há casos, no Chile e na Argentina, de pavimentos rígidos com mais tempo. Em Bernardo de Irigoyen, na fronteira do Paraná com a Argentina, por exemplo, há casos de ruas com pavimento em torno de 50 anos”, relata Moretto, acrescentando que o custo de manutenção do piso rígido em concreto é, em média, 70% menor em relação ao piso asfáltico. Há casos em alguns municípios que podem chegar a 90% de economia.
Propostas da região
No documento que será levado à Alep, foram incluídas duas proposições elaboradas na região Sudoeste. Além da pavimentação sustentável, há a proposta de nº 22, por meio da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Sudoeste do Paraná (Sudenge), que sugere a criação de linhas de acesso a recursos públicos do Estado para a regularização fundiária urbana.